Ilustríssima Conversa

  • 24/05/2025 6:00

    Renato Ortiz: Influenciadores são prisioneiros de seus seguidores

    Folha de S.Paulo

    Como entender o significado de influenciador, neologismo que se tornou corriqueiro com a ascensão das redes sociais?

    O sociólogo Renato Ortiz, professor titular da Unicamp, contrapõe os influenciadores aos intelectuais, aos mediadores simbólicos —categoria que inclui os jornalistas— e às celebridades para refletir sobre o que há de novo nas engrenagens desse universo digital.

    Esse é o espírito de "Influência", ensaio recém-lançado em que sustenta que os influenciadores são prisioneiros da digitalidade que lhes permite existir —ou seja, estão confinados aos seus nichos de atuação na internet e são extremamente dependentes dos seus seguidores.

    Os influenciadores são ambiciosos, diz Ortiz, e acreditam que podem determinar o destino humano. O retrato que emerge da sua reflexão, ao contrário, aponta que a influência digital é muito menos grandiosa do que parece à primeira vista e que quem atua nesse campo se depara com uma condição efêmera, o que demanda um trabalho constante para manter os laços com os influenciados e não ser deixado para trás.

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  • 10/05/2025 6:00

    José Eli da Veiga: Economistas ainda pensam em crescimento eterno

    Folha de S.Paulo

    Nem abandonar a ideia de crescimento econômico nem confiar nela cegamente.

    José Eli da Veiga, professor sênior do Instituto de Estudos Avançados da USP, recorre a essa dupla negativa para sintetizar sua análise em "O Antropoceno e o Pensamento Econômico", terceiro volume de sua trilogia sobre as ciências e as humanidades em um período de crise climática e transformação acelerada do planeta pela sociedade.

    No livro, o intelectual revisita escolas e pensadores à margem do mainstream da economia para sustentar que a disciplina não acompanhou o avanço da fronteira do conhecimento e ainda passa ao largo, por exemplo, da teoria da evolução e da física moderna.

    Em razão disso, Veiga argumenta, o pensamento econômico ignora os fluxos de energia e matéria envolvidos no processo de produção, o que faz com que economistas concebam um crescimento eterno e não se preocupem com as condições de vida das gerações futuras.

    Neste episódio, o pesquisador fala sobre as ideias de crescer decrescendo e decrescer crescendo, um caminho do meio entre manter o modelo atual e as propostas de decrescimento da economia.

    Veiga também discute o impasse em fóruns multilaterais dedicados à crise ambiental, como as COPs. Para ele, negociações entre as corporações e os governos responsáveis pela maior parte das emissões de gases do efeito estufa teriam mais resultado que encontros anuais com a participação de mais de uma centena de países.

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